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ESG e o futuro dos equipamentos elétricos - Parte 3

Foto do escritor: Eng. Nunziante Graziano Ph.DEng. Nunziante Graziano Ph.D

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Como falamos no artigo desta coluna na edição anterior, no dia 14 de dezembro de 2022, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a Norma ABNT Prática Recomendada – PR 2030 ESG, com diretrizes que alinham os principais conceitos e princípios ESG, com o objetivo de dar as diretrizes básicas às empresas no processo de incorporação de conceitos e diretrizes nas adoções das melhores práticas ambientais, sociais e de governança em seus negócios.


Essa norma, em sua cláusula 7.1.1.3 aborda um tema super importante, que trata da eficiência energética. Ainda que seja um tema bastante conhecido, gostaria de abordar seus conceitos e contextualizar como as instalações elétricas colaboram, e muito, com o sucesso do tema.


A eficiência energética é a relação entre o produto ou trabalho realizado com a energia consumida para a obtenção do mesmo. É, portanto, uma métrica energética da razão entre saída e a entrada de uma instalação, processo ou equipamento. Melhorar a eficiência energética significa realizar o mesmo trabalho com menos energia ou realizar mais trabalho com a mesma energia.


Independentemente da fonte de energia, seja ela renovável ou não, a geração de energia, seus processos de transformação, transmissão, transporte e distribuição, até seu consumo no usuário final causa impactos socioambientais, em maior ou menor grau. Portanto, o uso eficiente de energia deve ser a primeira alternativa ao recurso energético, sendo considerado o caminho mais limpo e, em muitos casos, mais barato, para o atendimento do consumo.


A gestão da energia é o começo 75 O Setor Elétrico / Abril de 2023 para se ordenarem as ações de eficiência energética, indicando, oportunamente, o uso de equipamentos mais eficientes, além das melhores práticas de operação e uso, além da adoção das melhores tecnologias.


Com base no texto acima, boa parte transcrita da referência normativa PR 2030­ ESG, podemos facilmente entender que a construção de uma instalação bem projetada e bem executada, com as melhores práticas de projeto e sobretudo, a escolha dos materiais mais adequados – nem sempre os mais baratos – além de executadas por profissionais qualificados e habilitados, interfere sobremaneira na eficiência energética da própria instalação.


Lembremo­nos que, muitas vezes, priorizar um “Capex” baixo pode significar um “Opex ”muito maior, além do custo da energia desperdiçada ao longo do ciclo de vida útil da instalação.


Um fator importante, muitas vezes negligenciado, é a queda de tensão nos circuitos. Muitas vezes podemos projetar o baricentro das cargas de maneira otimizada, ou seja, menores percursos de condutores correspondem a menores quedas de tensão e, portanto, menores perdas por efeito Joule. Também a escolha da melhor tecnologia dos condutores, se cabos ou barramentos blindados, pode significar grandes ganhos quando o assunto é queda de tensão.


Por fim, a escolha da correta tensão de operação, quando isso é possível, contribui sobremaneira. Reduzir as correntes através do emprego de tensões maiores de operação reduz a queda de tensão e as perdas Joule.


Quadros e painéis fabricados por empresas idôneas, com certificação através das normas de construção aplicáveis, trazem também ganhos importantes. Conexões mal realizadas, barramentos subdimensionados, entre outras práticas de redução de custo de fabricação também implicam em maiores perdas e portanto, ao longo do ciclo de vida útil deste painel, vai cobrar seu preço.


É nossa responsabilidade, portanto, vamos pensar nas melhores práticas e nos melhores custos de ciclo de vida das instalações, não somente no “Capex”.


Repito a provocação da edição anterior: no final das contas, aquela antiga frase: “que vantagem Maria leva escolhendo esse ou aquele?” permanece válida, mas o que muda completamente é o critério de análise e comparação.

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