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Materiais condutores elétricos: prata, cobre, ouro e alumínio.

Foto do escritor: Eng. Nunziante Graziano Ph.DEng. Nunziante Graziano Ph.D

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Generalidades.


Basicamente, todos os materiais metálicos podem ser usados como condutores elétricos. Entretanto, a boa relação entre resistividade, custo de mineração, disponibilidade na natureza, impactos ambientais do processo de mineração e beneficiamento, capacidade de reciclagem entre tantas outras características dos materiais fazem com que tenha ou não aproveitamento comercial como condutor elétrico.


Na prática, já ensejamos no capítulo anterior os três melhores condutores com uso comercial mais comuns, que são: Prata, alumínio e cobre. O Ouro também tem aplicações no tratamento dos contatos. Vejamos pois, cada um deles no detalhe.


Ouro.


O ouro (do latim aurum, "brilhante") é um elemento químico (símbolo Au) de número atómico 79 (79 prótons e 79 elétrons) que está situado no grupo onze da tabela periódica, e de massa atómica 197u. Na natureza, o ouro é produzido a partir da colisão de duas estrelas de nêutrons. O ouro é utilizado de forma generalizada em joalharia, indústria e eletrônica, bem como reserva de valor.


História.


Os arqueólogos sugerem que o primeiro uso do ouro começou com as primeiras civilizações no Oriente Médio. É possível que tenha sido o primeiro metal utilizado pela humanidade. O mais antigo artefato em ouro foi encontrado na tumba da Rainha Egípcia Zer. Conhecido na Suméria, no Egito existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos metais mais preciosos, tendo o seu valor sido empregue como padrão para muitas moedas ao longo da história.


Características gerais.


É um metal de transição brilhante, amarelo, denso, maleável, dúctil (trivalente e univalente) que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é sensível ao cloro e ao bromo. À temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Este metal encontra-se normalmente em estado puro, em forma de pepitas e depósitos aluviais, sendo um dos metais tradicionalmente usados para cunhar moeda.


É tão facilmente manuseável e maleável que, com apenas um grama de ouro, é possível obter um fio de 3km de extensão e 0,005 milímetros de diâmetro, ou uma lâmina quadrada de 70cm de largura e espessura de 0,1 micrômetro.


O ouro puro é demasiadamente mole para ser utilizado. Por essa razão, geralmente é endurecido formando liga metálica com prata e cobre. O ouro e as suas diversas ligas metálicas são muito empregados em joalherias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países. Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais.


Disponibilidade na natureza e meios de obtenção.


Por ser relativamente inerte, pode-se encontrá-lo como metal, às vezes como pepitas grandes, mas geralmente se encontra em pequenas inclusões em alguns minerais, como quartzo, rochas metamórficas e depósitos aluviares originados dessas fontes. O ouro está amplamente distribuído, e geralmente encontra-se associado ao quartzo e pirite. É comum como impureza em muitos minérios, de onde é extraído como subproduto. Como mineral, é encontrado na forma de calaverita, um telureto de ouro. A África do Sul é o principal produtor de ouro, extraindo aproximadamente dois terços de toda a procura mundial deste metal.


O ouro é extraído por um processo denominado lixiviação com cianeto. O uso do cianeto facilita a oxidação do ouro formando-se (CN)22- em dissolução. Para separar o ouro da solução procede-se a redução empregando, por exemplo, o zinco. Tem-se tentado substituir o cianeto por outro ligante devido aos problemas ambientais que gera, porém não são rentáveis ou também são tóxicos.


Espalhado em toda a crosta terrestre numa baixíssima concentração média (5 gramas em 1000 toneladas), nas minas onde o ouro se encontra em teores economicamente viáveis têm geralmente acima de 3 gramas por tonelada.


Aplicações.


O ouro exerce funções críticas em computadores, comunicações, naves

espaciais, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos.


A sua elevada condutividade elétrica e resistência à oxidação têm permitido um amplo uso em eletrodeposição, ou seja, cobrir com uma camada de ouro por meio eletrolítico as superfícies de conexões elétricas, para assegurar uma conexão de baixa resistência elétrica e livre do ataque químico do meio. O mesmo processo pode ser utilizado para o douramento das peças, aumentando a sua beleza e valor.


Como a prata, o ouro pode formar amálgamas com o mercúrio que, algumas vezes, é empregado em restaurações dentárias.


O ouro coloidal (nanopartículas de ouro) é uma solução intensamente colorida que está sendo pesquisada para fins médicos e biológicos. Esta forma coloidal também é empregada para criar pinturas douradas em cerâmicas.


O ácido cloroáurico é empregado em fotografias.


O isótopo de ouro 198Au, com meia-vida de 2,7 dias, é usado em alguns tratamentos de câncer e em outras enfermidades.


É empregado para o recobrimento de materiais biológicos, permitindo a visualização através do microscópio eletrônico de varredura (SEM).


Utilizado como cobertura protetora em muitos satélites porque é um bom refletor de luz infravermelha.


Características específicas.

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Prata.


A prata ou argento(do latim vulgar platta, argentum) é um elemento químico de símbolo Ag e de número atómico igual a 47 (47 prótons e 47 elétrons) sua massa atómica é 107,87u. À temperatura ambiente, a prata encontra-se no estado sólido.


A origem da palavra prata é de indo-europeia, que significa brilhante. Estima-se que tenha sido descoberta pouco depois do cobre e ouro.


História.


A prata tem sido utilizada por milênios na confecção de ornamentos e utensílios assim como no comércio como base de muitos sistemas monetários. Seu valor como metal precioso há muito foi considerado sendo superado somente pelo Ouro. O símbolo químico Ag provém da palavra em latim argentum. Mencionado no livro de gênesis, pilhas de escórias encontradas na Ásia Menor e em ilhas no Mar Egeu indicam que a prata tem sido separada do Chumbo desde pelo menos o quarto milênio A.C. usando a mineração de superfície.


A estabilidade do sistema monetário romano foi baseado em uma grande quantidade de suprimentos de barras de prata que os mineradores romanos produziram em uma escala sem paralelo antes da descoberta do novo mundo. Alcançando um pico de produção de 200ton por ano, uma reserva estimada de 10.000ton de prata circulou na economia romana por volta do século II, quantidade cinco a dez vezes maior que a quantidade combinada de prata disponível durante a Idade Média europeia e o califado Abássida por volta do ano de 800.


O Império Chinês utilizou a prata durante grande parte de sua história como um meio de câmbio. No século XIX, a ameaça ao balanço de pagamentos do Reino Unido para mercadores chineses demandando pagamento em prata pela troca por chá, seda e porcelana levou a guerra do Ópio porque os britânicos tinham que encontrar um meio de realizar os pagamentos, e decidiram fazê-lo vendendo o ópio produzido nas colônias britânicas para a China.


Nas Américas, a tecnologia de copelação em alta temperatura do chumbo-prata foi desenvolvida por civilizações pré-Inca ainda por volta do Século I.


Características gerais.


A maior parte da prata é um subproduto da mineração de chumbo e está frequentemente associada ao cobre. Dentre os metais, é a que mais conduz corrente elétrica, superando o cobre.


A prata normalmente ocorre em forma compacta como pepitas ou grãos, embora possa também ser encontrada em agregados fibrosos, dendríticos (em forma de árvore). Quando recentemente minerada ou polida, ela possui uma cor branco-prata brilhante característica e um brilho metálico. Este metal é estável em ar puro e água, mas recobre-se de uma película de sulfeto de prata (preta) quando exposto ao ozônio, gás sulfídrico ou ar com enxofre. Por causa disso e do fato de que ela é muito maleável para ser usada em joalheria na sua forma pura, a prata é frequentemente ligada a outros metais, ou recebe uma camada de cobertura de ouro.


A prata é tóxica. No entanto, a maior parte dos seus sais não são venenosos. Estes compostos são absorvidos pelo corpo e permanecem no sangue até se depositarem nas membranas mucosas, formando uma película acinzentada. A intoxicação por prata chama-se argiria. Há, contudo, outros compostos de prata, como o nitrato, que têm um efeito antisséptico. Usam-se soluções de nitrato de prata no tratamento de irritações de membranas mucosas da boca e garganta. Algumas proteínas contendo prata são poderosos agentes não irritantes das membranas dos olhos, ouvido, nariz e garganta.


Disponibilidade na natureza e meios de obtenção.


As principais áreas de mineração de prata do mundo se encontram na América do Sul, nos Estados Unidos, na Austrália e na antiga União Soviética. O maior produtor individual de prata é provavelmente o México, onde a prata tem sido minerada desde aproximadamente 1500d.C. até hoje. A melhor prata natural, que ocorre na forma de arame torcido, é a de Kongsberg, na Noruega. As maiores minas do mundo são Cannington (Austrália), Fresnillo (México), San Cristobal (Bolívia), Antamina (Peru), Rudna (Polônia) e Penasquito (México).


A prata é um metal precioso que historicamente vale entre 5 e 12 partes do valor do ouro. É uma fonte não renovável. A onça (31,1035 gramas) de prata valia algo em torno de 43 dólares em 2 de setembro de 2011, depois de ter chegado próximo dos 50 dólares na última semana de abril de 2011.


Aplicações.


A prata é utilizada em joalheria e ourivesaria como metal precioso, como material de cunhagem de moedas, em eletrônica e elétrica devido a sua ótima condutividade elétrica, a maior de todos os elementos, em fotografia "argêntica", já que os sais de prata são fotossensíveis, em música é utilizada na fabricação de instrumentos musicais, principalmente de sopro, em sonorização pois forma excelentes membranas ou bobinas condutoras para os tweeters dos alto-falantes, em radiologia onde um dos componentes do filme radiográfico é o sal de prata, geralmente o brometo e na confecção de espelhos.


Características específicas.

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Cobre.


O cobre é um elemento químico de símbolo Cu (do latim cuprum), número atômico 29 (29 prótons e 29 elétrons) e de massa atómica 63,54 u. À temperatura ambiente o cobre encontra-se no estado sólido.


Classificado como metal de transição, pertence ao grupo 11 da Tabela Periódica dos Elementos. É um dos metais mais importantes industrialmente, de coloração avermelhada, dúctil, maleável e bom condutor de eletricidade.


Conhecido desde a pré-história, o cobre é utilizado atualmente, para a produção de materiais condutores de eletricidade (fios e cabos), e em ligas metálicas como latão e bronze.


História.


O cobre foi provavelmente o primeiro metal minerado e trabalhado pelo homem. Foi originalmente obtido como um mineral nativo e posteriormente da fundição de minérios. Estimativas iniciais da descoberta do cobre sugerem por volta de 9000 a.C. no Oriente Médio. Foi o mais importante dos materiais da humanidade durante a Era do Cobre e Bronze. Objetos de cobre de 6000 a.C. foram encontrados em, Anatolia, atual Turquia. Em 5000 a.C. já se realizava a fusão e refino do cobre a partir de óxidos como a malaquita e azurita. Os primeiros indícios de utilização do ouro não foram vislumbrados até 4000a.C. Descobriram-se moedas, armas, utensílios domésticos sumérios de cobre e bronze de 3000 a.C., assim como egípcios da mesma época, inclusive tubos de cobre. Os egípcios também descobriram que a adição de pequenas quantidades de estanho facilitava a fusão do metal e aperfeiçoaram os métodos de obtenção do bronze; ao observarem a durabilidade do material representaram o cobre com o Ankh, símbolo da vida eterna.


Na antiga China o uso do cobre é conhecido desde, pelo menos, 2000 anos antes da nossa era, e em 1200 a.C. já se fabricavam bronzes de

excelente qualidade estabelecendo um manifesto domínio na metalurgia sem comparação com a do Ocidente. Na Europa o homem de gelo encontrado no Tirol (Itália) em 1991, cujos restos têm uma idade de 5300 anos, estava acompanhado de um machado de cobre com uma pureza de 99,7%, e os elevados índices de arsênico encontrados em seu cabelo levam a supor que fundiu o metal para a fabricação da ferramenta.


O cobre é um metal de transição avermelhado, que apresenta alta condutibilidade elétrica e térmica, só superada pela da prata. É possível que o cobre tenha sido o metal mais antigo a ser utilizado, pois se têm encontrado objetos de cobre de 8700 a.C. Pode ser encontrado em diversos minerais e pode ser encontrado nativo, na forma metálica, em alguns lugares. Fenícios importaram o cobre da Grécia, não tardando em explorar as minas do seu território, ainda que tenha sido Chipre, a meio caminho entre Grécia e Egito, por muito tempo o país do cobre por excelência, ao ponto de os romanos chamarem o metal de aes cyprium ou simplesmente cyprium, de onde provém o seu nome. Além disso, o cobre foi representado com o mesmo signo que Vênus (a afrodite grega), pois Chipre estava consagrada a deusa da beleza e os espelhos eram fabricados com este metal.


O uso do bronze predominou de tal maneira durante um período da história da humanidade que terminou denominando-se “Era do Bronze”. O período de transição entre o neolítico (final da Idade da Pedra) e a Idade do Bronze foi denominado período calcolítico (do grego Chalcos), limite que marca a passagem da pré-história para a história.


Características gerais.


O cobre ocupa a mesma família na tabela periódica que a prata e o ouro. Em termos de estrutura eletrônica, o cobre tem um elétron orbital em cima de uma cheia escudo do elétron (o elétron que faz as ligações), que faz ligações metálicas. A prata e o ouro são semelhantes.


O cobre é normalmente fornecido, como quase todos os metais de uso industrial e comercial, em um grão fino de formulário policristalino. Metais policristalinos tem mais força do que formas monocristalinas, e a diferença é maior para o menor grão (de cristal) em tamanho. É facilmente trabalhado, sendo que ele tem ambas as propriedades de dúctil e maleável. A facilidade com que pode ser levado a cabo o torna útil para trabalhos elétricos, assim como sua alta condutividade elétrica.


O cobre tem um tom avermelhado, alaranjado ou cor acastanhada devido a uma fina camada de manchas (incluindo óxidos). O cobre puro é rosa ou cor de pêssego. Cobre junto de ósmio (azulada), césio e de ouro (tanto amarelo) são os únicos quatro metais elementais com uma cor natural que não o cinza ou prata. Cobre resultados cor característica de sua configuração eletrônica.


Características elétricas.


A estrutura eletrônica torna comparáveis o cobre, prata e o ouro, semelhantes em muitos aspectos: os três têm alta condutividade térmica e elétrica, e os três são maleáveis. Entre os metais puros na temperatura ambiente, o cobre tem a segunda maior condutividade elétrica e térmica, depois da prata, com uma condutividade de 59,6 × 106S/m. Este valor alto é devido à praticamente todos os elétrons na camada de valência (um por átomo) tomarem parte na condução. O resultado são elétrons livres no montante de cobre para uma densidade de carga enorme de 13,6 × 109C/m3.


Esta alta densidade de carga é responsável pela mais lenta velocidade de deriva das correntes em cabos de cobre, onde a velocidade de deriva pode ser calculada como a relação entre a densidade da corrente de densidade de carga. Por exemplo, em uma densidade de corrente de 5 × 10 6A/m², a densidade de corrente máxima presente na fiação da casa e distribuição da rede, a velocidade de deriva é apenas um pouco mais de ⅓ mm/s.


Durante o século XX nos Estados Unidos, a popularidade temporária do alumínio para uso doméstico na fiação elétrica resultou em muitas casas com uma combinação de cobre e alumínio fiação necessitando o contato físico entre os dois metais para fornecer uma conexão elétrica. Devido a corrosão eletrolítica por eletronegatividades diferentes, algumas questões foram experimentadas por proprietários e empreiteiros de habitação.


Disponibilidade na natureza e meios de obtenção.


Na natureza são encontrados dois isótopos estáveis: Cu-63 e Cu-65, sendo o mais leve o mais abundante (69,17%). Os isótopos mais leves que o Cu-63 estável se desintegram principalmente por captura eletrônica originando isótopos de níquel, os mais pesados que o isótopo Cu-65 estável se desintegram por emissão beta dando lugar a isótopos de zinco.


A produção mundial de cobre é de aproximadamente 20.000.000ton, sendo o Chile provedor de 30% desse total, seguido dos Estados Unidos e Peru com 10% cada.


A Codelco (Corporación Nacional del Cobre de Chile) é a maior empresa produtora de cobre do mundo e produziu 1,66 milhão de toneladas do metal em 2007, 11% de toda a produção mundial. A empresa possui as maiores reservas conhecidas de cobre do mundo e, no final de 2007, tinha reservas e recursos de 118 milhões de toneladas de cobre em seu plano de mineração, suficiente para garantir mais de 70 anos de atuação nos níveis de produção atuais. A empresa também identificou recursos adicionais de 208 milhões de toneladas de cobre, embora não se possa dizer o quanto isso pode revelar-se em montantes financeiros.


O principal produto da Codelco é cátodo de cobre. Ela é também um dos maiores produtores de molibdênio do mundo, produzindo 27.857 toneladas métricas finas em 2007, além de ser um grande produtor de rênio, do qual o Chile é o maior produtor mundial.


Aplicações.


O cobre na forma de ligas é muito usado em objetos de decoração, em joias, amálgamas dentários, peças para automóveis, aviões etc. Isoladamente, a sua principal aplicação é em equipamentos e sistemas elétricos, como os fios, cabos e barramentos blindados. Isso se dá porque o cobre é um metal dúctil (aquecendo o metal a altas temperaturas é possível transformá-lo em fio), maleável (pode ser transformado em lâminas) e tem grande condutividade elétrica.


Além disso, o cobre também conduz bem o calor e seu ponto de fusão é alto (1358 K – o fogo ao ar livre não atinge essa temperatura), por isso, ele também é usado em panelas para cozinhar alimentos.


O cobre está também presente em nosso corpo em pequena quantidade (considerando um peso de 70 kg, a pessoa possuirá apenas 72 mg de cobre, concentrando-se principalmente no fígado e ossos). Sua função em nosso corpo é a de auxiliar as enzimas envolvidas na utilização de oxigênio. Não existe perigo se não obtermos esse metal em quantidades suficientes em nossa alimentação. Ele é facilmente ingerido, pois está presente em diversos alimentos, além da água que é transportada por canos de cobre.


Entretanto, o perigo consiste em ingerirmos muito cobre, porque ele atua contra o ferro e o zinco em nosso organismo, substituindo-os em seus sítios ativos. O cobre pode ser tóxico e 30 g de sulfato de cobre matam uma pessoa. O aconselhável é a ingestão diária de 1,2 mg de cobre e 1,5 mg para mulheres grávidas. Suas fontes principais são as carnes de ostras, caranguejos, lagostas, cordeiros, patos, porcos, vaca (principalmente rins e fígado) e também amêndoas, castanhas, nozes, sementes de girassol, margarina, cogumelo, óleo de milho, germe de trigo, leveduras e farelo de trigo.


Características específicas.

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Alumínio.


O alumínio é um elemento químico de símbolo Al e número atômico 13

(treze prótons e treze elétrons) com massa 27 u. Na temperatura ambiente é sólido, sendo o elemento metálico mais abundante da crosta terrestre. Sua leveza, condutividade elétrica, resistência à corrosão e baixo ponto de fusão lhe conferem uma multiplicidade de aplicações, especialmente nas soluções de engenharia aeronáutica. Entretanto, mesmo com o baixo custo para a sua reciclagem, o que aumenta sua vida útil e a estabilidade do seu valor, a elevada quantidade de energia necessária para a sua obtenção reduz sobremaneira o seu campo de aplicação, além das implicações ecológicas negativas no rejeito dos subprodutos do processo de reciclagem, ou mesmo de produção do alumínio primário.


História.


Tanto na Grécia como na Roma antigas se empregava a pedra-ume (do latim alūmen), um sal duplo de alumínio e potássio, como mordente em tinturaria e adstringente em medicina, uso ainda em vigor.


Geralmente é dado a Friedrich Wöhler o reconhecimento do isolamento do alumínio, fato que ocorreu em 1827, apesar de o metal ter sido obtido impuro alguns anos antes pelo físico e químico Hans Christian Ørsted.


Em 1807, Humphrey Davy propôs o nome aluminum para este metal ainda não descoberto. Mais tarde resolveu-se trocar o nome para aluminium por coerência com a maioria dos outros nomes latinos dos elementos, que usam o sufixo -ium. Desta maneira ocorreu a derivação dos nomes atuais dos elementos em outros idiomas. Entretanto, nos Estados Unidos, com o tempo se popularizou a outra forma, hoje admitida também pela IUPAC.


Apesar do alumínio ser um metal encontrado em abundância na crosta terrestre (8,1%) raramente é encontrado livre. Suas aplicações industriais são relativamente recentes, sendo produzido em escala industrial a partir do final do século XIX.


Quando foi descoberto, verificou-se que a sua separação das rochas que o continham era extremamente difícil. Como consequência, durante algum tempo, foi considerado um metal precioso, mais valioso que o ouro. Com o avanço dos processos de obtenção os preços baixaram continuamente até colapsar em 1889, devido à descoberta anterior de um método simples de extração do metal.


Atualmente, um dos fatores que estimulam o seu uso é a estabilidade do seu preço, provocada principalmente pela sua reciclagem.


Em 1859, Henri Sainte-Claire Deville anunciou melhorias no processo de obtenção, ao substituir o potássio por sódio e o cloreto simples pelo duplo. Posteriormente, com a invenção do processo Hall-Héroult em 1886, simplificou-se e barateou-se a extração do alumínio a partir do mineral. Este processo, juntamente com o processo Bayer, descoberto no mesmo ano, permitiram estender o uso do alumínio para uma multiplicidade de aplicações até então economicamente inviáveis.


O processo Hall-Héroult envolveu os trabalhos independentes e

praticamente simultâneos do americano Charles Martin Hall (1886) e do francês Paul Héroult (1888), jovens cientistas com menos de 27 anos na época da descoberta do processo.


A recuperação do metal a partir da reciclagem é uma prática conhecida desde o início do século XX. Entretanto, foi a partir da década de 1960 que o processo se generalizou, mais por razões ambientais do que econômicas.


O processo ordinário de obtenção do alumínio ocorre em duas etapas: a obtenção da alumina pelo processo Bayer e, posteriormente, a eletrólise do óxido para obter o alumínio. A elevada reatividade do alumínio impede extraí-lo da alumina mediante a redução, sendo necessário obtê-lo através da eletrólise do óxido, o que exige este composto no estado líquido.


A alumina possui um ponto de fusão extremamente alto (2072 °C) tornando inviável de forma econômica a extração do metal. Porém, a adição de um fundente, no caso a criolita, permite que a eletrólise ocorra a uma temperatura menor, de aproximadamente 1000 °C.


Características gerais.


O alumínio é um metal leve, macio e resistente. Possui um aspecto cinza prateado e fosco, devido à fina camada de óxidos que se forma rapidamente quando exposto ao ar. O alumínio não é tóxico como metal, não-magnético, e não cria faíscas quando exposto a atrito. O alumínio puro possui tensão de cerca de 19MPa e 400MPa se inserido dentro de uma liga. Sua densidade é aproximadamente de um terço do aço ou cobre. É muito maleável, muito dúctil, apto para a mecanização e fundição, além de ter uma excelente resistência à corrosão e durabilidade devido à camada protetora de óxido. É o segundo metal mais maleável, sendo o primeiro o ouro, e o sexto mais dúctil. Por ser um bom condutor de calor, é muito utilizado em panelas de cozinha.


Aplicações.


O alumínio puro é mais dúctil em relação ao aço, porém suas ligas com pequenas quantidades de cobre, manganês, silício, magnésio e outros elementos apresentam uma grande quantidade de características adequadas às mais diversas aplicações. Estas ligas constituem o material principal para a produção de muitos componentes dos aviões e foguetes.


Quando se evapora o alumínio no vácuo, forma-se um revestimento que reflete tanto a luz visível como a infravermelha, sendo o processo mais utilizado para a fabricação de refletores automotivos, por exemplo. Como a capa de óxido que se forma impede a deterioração do revestimento, utiliza-se o alumínio para a fabricação de espelhos de telescópios, em substituição aos de prata.


Devido à sua grande reatividade química, é usado, quando finamente

pulverizado, como combustível sólido para foguetes e para a produção de explosivos. Ainda usado como ânodo de sacrifício e em processos de aluminotermia para a obtenção de metais.


Nos meios de Transporte o alumínio é usado como elementos estruturais em aviões, barcos, automóveis, bicicletas, tanques, blindagens e outros; na Europa têm sido utilizado com frequência para formar caixas de trens.


Em embalagens é usado como Papel-alumínio, latas, embalagens Tetra Pak e outras. Já na construção civil o alumínio é largamente utilizado na fabricação de janelas, portas, divisórias, grades e outros.


No campo da eletricidade, ainda que a condutibilidade elétrica do alumínio seja 60% menor que a do cobre, o seu uso em redes de transmissão elétricas de alta tensão é compensado pelo seu menor custo e peso, permitindo maior distância entre as torres de transmissão, onde é aplicado revestindo um feixe de arame de aço que suporta a força de estiramento e deixa o conjunto insensível aos ventos. Também utilizados em cabos de média tensão e barramentos blindados.


As ligas de alumínio assumem diversas formas como a duralumínio e ligas especiais para usos elétricos, como a 6101 e a 6060. A realização de processos de têmpera após a conformação também auxilia na obtenção de melhores performances elétricas.


Descobriu-se recentemente que ligas de gálio-alumínio em contato com água produzem uma reação química dando como resultado hidrogênio, por impedir a formação de camada protetora (passivadora) de óxido de alumínio e fazendo o alumínio se comportar similarmente a um metal alcalino como o sódio ou o potássio. Tal propriedade é pesquisada como fonte de hidrogênio para motores, em substituição aos derivados de petróleo e outros combustíveis de motores de combustão interna.


Características específicas.

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