A escolha da seção dos condutores de aterramento deve ser selecionada por dimensionamento, seguindo-se os critérios prescritos na NBR-5410:2004, em sua cláusula 6.4.3.1, transcrita abaixo.
A seção de qualquer condutor de proteção deve satisfazer as condições estabelecidas no dimensionamento dos sistemas de aterramento, já apresentadas na apostila 3, capítulo 4, além de suportar os esforços térmicos e dinâmicos previstos no dimensionamento do sistema, protegidos pelos dispositivos de seccionamento automático da alimentação.
A seção dos condutores de proteção deve ser calculada conforme detalhado abaixo.
Onde:
S – seção do condutor, em (mm²). ATENÇÃO (Quando o cálculo resultar numa seção transversal do condutor não padronizada, devemos selecionar a seção padronizada imediatamente superior).
i – valor eficaz (A) da corrente de falta presumida, considerando falta direta (sem limitação de magnitude)
t – tempo de atuação (s) do dispositivo de proteção responsável pelo seccionamento automático;
k – fator dependente do material do condutor de proteção, de sua isolação e outras características; depende também das temperaturas inicial e final do condutor, e é obtido nas tabelas abaixo.
Tabela de fator K para condutor de proteção isolado não incorporado a cabo multipolar e não enfeixado com outros cabos
Tabela de fator K para condutor de proteção nu em contato com a cobertura de cabo, mas não enfeixado com outros cabos
Tabela de fator K para condutor de proteção constituído por veia de cabo multipolar ou enfeixado com outros cabos ou condutores isolados
Tabela de fator K para condutor de proteção constituído pela armação, capa metálica ou condutor concêntrico de um cabo
Tabela de fator K para condutor de proteção nu onde não houver risco de que as temperaturas indicadas possam danificar qualquer material adjacente
Em alternativa ao método de cálculo acima descrito, a seção do condutor pode ser selecionada na tabela abaixo. Lembrando que a seção descrita na tabela somente é válida para o material condutor descrito, não sendo admitida extrapolação para outros materiais.
Tabela de seção mínima do condutor de proteção
NOTA: A seção do condutor de proteção que não faça parte do mesmo cabo ou que não esteja contido no mesmo conduto fechado que os condutores de fase não deve ser inferior a:
- 2,5mm² em cobre ou 16mm² em alumínio, se for provida proteção contra danos mecânicos;
4mm² em cobre ou 16mm² em alumínio, se não for provida proteção contra danos mecânicos.
Para dimensionamento de condutores de aterramento enterrados no solo, a seção não deve ser inferior às indicadas abaixo:
Equipotencialização:
A equipotencialização compreende o conjunto de medidas que faz com
que dois ou mais elementos metálicos, destinados ou não a conduzir eletricidade, possuam a menor diferença de potencial entre si.
A equipotencialização consiste numa forma de proteção elétrica de equipamentos e de pessoas, que evita, no caso de falha em um equipamento elétrico ou em caso de descarga atmosférica ou outro tipo de surto ou perturbação elétrica transitória, venha a causar choque elétrico a um indivíduo que esteja em contato com este elemento metálico, visto que o condutor de equipotencialização estabiliza a tensão que se estabeleceria na carcaça do equipamento onde a falha ocorreu, destinando a corrente elétrica para a terra, fazendo com que a diferença de potencial entre o indivíduo e a peça metálica esteja dentro dos valores suportáveis tanto para o indivíduo como para sistemas eletrônicos sensíveis a sustos ou sobretensões.
Segundo a NBR-5410-4004, em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, que reúna os seguintes elementos:
As armaduras de concreto armado e outras estruturas metálicas da edificação;
As tubulações metálicas de água, gás, esgoto, sistemas de ar-condicionado, de gases industriais, de ar comprimido, de vapor, etc., bem como elementos estruturais metálicos associados às tubulações;
Os condutores metálicos das linhas de energia e de sinal que entram e/ou saem da edificação;
As blindagens, armações, coberturas e capas metálicas de cabos das linhas de energia e de sinal que entram e/ou saem da edificação;
Os condutores de proteção das linhas de energia e de sinal que entram e/ou saem da edificação;
Os condutores de interligação provenientes de outros eletrodos de aterramento porventura existentes ou previstos no entorno da edificação;
Os condutores de interligação provenientes de eletrodos de aterramento de edificações vizinhas, nos casos em que essa interligação for necessária ou recomendável;
O condutor neutro da alimentação elétrica, salvo se não existente ou se a edificação tiver que ser alimentada, por qualquer motivo, em esquema de aterramento TT ou IT.
Os condutores de proteção principal da instalação elétrica interna à edificação.
Próximo ou junto ao ponto de entrada da alimentação elétrica da edificação deve ser provido um barramento denominado “Barramento de equipotencialização principal – BEP” ao qual todos os elementos acima citados possam ser conectados, direta ou indiretamente. Essa barra deve prover uma conexão mecânica e elétrica absolutamente confiável, sendo que todos os condutores conectados à ele devem ser desconectáveis individualmente, exclusivamente por meio de ferramentas.
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