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Geração de Energia Elétrica - GRUPO GIMI


Elétrica

De todas as formas de energia apresentadas nos capítulos anteriores, a grande maioria deles pode ser utilizada como fonte primária na geração de eletricidade, que deste ponto em diante, é a nossa exclusiva forma de energia de interesse.

A eletricidade então, como todos sabemos, é a forma de energia mais versátil na sua utilização, pois quase tudo que utilizamos em nossas casas e escritórios é baseada na eletricidade como força motriz. Assim sendo, vamos nos basear na matriz energética brasileira para apresentação das diversas unidades geradoras, sistemas de transmissão, transformação e distribuição de eletricidade, além das demais matérias de interesse do tema.


⦁ Tipos de unidades geradoras


Basicamente, todas as unidades geradoras de eletricidade são construídas com o mesmo princípio. Este princípio é constituído na transformação de uma forma qualquer de energia, por exemplo, Carvão ou Diesel, ou Gás Natural numa termelétrica, combustível nuclear numa Usina Térmica Nuclear, ou mesmo a Energia Potencial, ou cinética da Água numa Usina Hidrelétrica; todas elas usam uma força que impulsiona um eixo, e neste eixo em rotação acopla-se um gerador elétrico que transforma essa energia cinética no eixo em eletricidade. Passemos à análise.


⦁ Geração Hidrelétrica com turbinas tipo Pelton


A turbina tipo Pelton é uma turbina hidráulica de ação, isto é, funciona à pressão atmosférica, inventada por Lester Allan Pelton na década de 1870. É constituída por uma roda e um ou mais injetores, cuja função é transformar a energia de pressão do escoamento em energia cinética, orientando esse mesmo escoamento para a roda. É mais adequada para grandes quedas úteis (entre os 350 m até 1100 m). Este modelo de turbina opera com velocidades de rotação maiores que as outras, e tem o rotor de características bastante distintas. Os jatos de água provenientes dos injetores ao chocarem com as pás do rotor (em forma de dupla colher) geram o impulso que faz com que a roda se mova.

Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a água se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em rios de montanhas. As turbinas Pelton, devido à possibilidade de acionamento independente nos diferentes bocais, tem uma curva geral de eficiência plana, que lhe garante bom desempenho em diversas condições de operação.


Um exemplo Paulista de aplicação de turbinas Pelton é a usina Henry Borden. O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão, é composto por duas usinas de alta queda (720 m), denominadas de Externa e Subterrânea, com 14 grupos de geradores acionados por turbinas Pelton, perfazendo uma capacidade instalada de 889MW, para uma vazão de 157m³/s. O fornecimento de água é feito mudando o curso natural das águas da bacia do alto Tietê, que corre para o interior, para descer a Serra do Mar. As águas do Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo, eram bombeadas para a Represa Billings que por sua vez deságua águas por túneis abertos na serra até a usina em Cubatão, Baixada Santista.



⦁ Geração Hidrelétrica com turbinas tipo Kaplan


A turbina Kaplan é uma turbina hidráulica. Inventada por Viktor Kaplan. É adequada para operar em quedas até 60m. A única diferença entre as turbinas Kaplan e a turbina Francis é o rotor. Este assemelha-se a um propulsor de navio (similar a uma hélice). Um Servo motor, montado normalmente no cubo do rotor, é responsável pela variação do ângulo de inclinação das pás. O óleo é injetado por um sistema de bombeamento localizado fora da turbina, e conduzido até o rotor por um conjunto de tubulações rotativas que passam por dentro do eixo.


O acionamento das pás é conjugado ao das palhetas do distribuidor, de modo que para uma determinada abertura do distribuidor, corresponde um determinado valor de inclinação das pás do rotor.


As Kaplans também apresentam uma curva de rendimento “plana” garantindo bom rendimento em uma ampla faixa de operação. A Usina Hidrelétrica de Três Marias utiliza turbinas Kaplan.



A Usina Hidrelétrica de Três Marias foi inaugurada em 1962. A barragem, que tem 2.700 metros de comprimento e forma um reservatório de 21 bilhões de metros cúbicos de água, a 2.221 km acima da foz do rio, foi construída com recursos da Comissão do Vale do São Francisco - CVSF, é administrada pela Cemig, é considerada de grande importância para o Brasil. A energia gerada pela usina é entregue ao Sistema Interligado Nacional - SIN, sendo que a sua operação é coordenada pelo Operador Nacional do Sistema. Usina Hidrelétrica de Três Marias está localizada no Município de Três Marias - MG, tem altura máxima da barragem: 75m, volume do reservatório: 19.528hm³, Unidades geradoras do tipo Kaplan são 6 e a potência total instalada é de 396MW.



⦁ Geração Hidrelétrica com turbinas tipo Francis


A turbina Francis é um tipo de turbina hidráulica com fluxo radial de fora para dentro, concebida por Jean-Victor Poncelet por volta de 1820 e aperfeiçoada pelo engenheiro norte-americano James Francis em 1849. Neste tipo de turbina, a água sob pressão entra por um duto circular de secção decrescente, onde é desviada por um conjunto de pás estáticas para um rotor central. A água atravessa a parede lateral do rotor, empurrando outro conjunto de pás fixas no mesmo, e sai pela base do rotor com pressão e velocidade muito reduzidas. A potência mecânica extraída da água é transmitida pelo rotor a um eixo fixado na base oposta. As pás estáticas podem ser ajustáveis.


Turbinas Francis são as mais comuns em usinas hidrelétricas por sua flexibilidade e eficiência. O rotor tem geralmente entre 1 e 10 m de diâmetro. São usadas com quedas de água de 10 até 650 m, a velocidades de 80 a 1000 rpm; sua potência varia de menos de 10 a 750 MWs. Uma turbina Francis bem projetada pode extrair até 90% da energia potencial da água. Em geral, turbinas de tamanho médio ou grande são instaladas com o eixo vertical.


A Usina hidrelétrica de Itaipu assim como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, Usina Hidrelétrica de Furnas, Usina Hidrelétrica de Foz do Areia, AHE de Salto Pilão, Usina Xavantes e outras no Brasil funcionam com turbinas tipo Francis, com cerca de 100 m de queda de água.



A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A barragem foi construída pelos dois países entre 1975 e 1982, período em que ambos eram governados por ditaduras militares. O nome Itaipu foi tirado de uma ilha que existia perto do local de construção.


A Itaipu Binacional, operadora da usina, é a líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,5 bilhões de megawatts-hora (MWh) desde o início de sua operação. A Hidrelétrica das Três Gargantas, na China, produziu cerca de 800 milhões de MWh desde o início de sua operação, com uma potência instalada 60% maior do que a de Itaipu (22.500 MW contra 14.000 MW). Em termos de recorde anual de produção de energia, a usina de Itaipu ocupa o primeiro lugar ao superar seu próprio recorde [9] que era de 98,6 milhões de MWh. Em 2016, a usina de Itaipu Binacional realizou um feito histórico ao produzir, em um único ano calendário, mais de 100 milhões de MWh de energia limpa e renovável. No total, em 2016, foram produzidos 103.098.366 MWh de energia.


O seu lago possui uma área de 1.350 km2, indo de Foz do Iguaçu, no Brasil e Ciudad del Este, no Paraguai, até Guaíra e Salto del Guairá, 150 km ao norte. Possuindo 20 unidades geradoras de 700 MW cada e projeto hidráulico de 118 m, Itaipu tem uma potência de geração (capacidade) de 14.000 MW. É um empreendimento binacional administrado por Brasil e Paraguai no rio Paraná na seção de fronteira entre os dois países, a 15 km ao norte da Ponte da Amizade. O comprimento total da barragem é 7.919 metros. A elevação da crista é de 225 metros. A barragem de Itaipu é constituída basicamente por seis seções: barragem lateral direita, barragem principal, estrutura de desvio, barragem de terra direita, barragem de enrocamento e barragem de terra esquerda.


A vazão máxima do vertedouro de Itaipu é de 62,2 mil metros cúbicos de água por segundo, o que corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu. A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 m3 de água por segundo cada) corresponde aproximadamente à vazão média das Cataratas do Iguaçu (cerca de 1.500 m3 de água por segundo). O Brasil teria que queimar 536 mil barris de petróleo por dia para gerar em usinas termelétricas a potência de Itaipu. A barragem principal tem 196 metros de altura, o que é equivalente a um prédio de 65 andares.


As unidades geradoras de Itaipu são 20, sendo dez na frequência da rede elétrica paraguaia (50Hz) e dez na frequência da rede elétrica brasileira (60 Hz). As unidades de 50 Hz têm potência nominal de 823,6 MVA, fator de potência de 0,85 e peso de 3.343 toneladas. As unidades de 60 Hz têm potência nominal de 737,0 MVA, fator de potência de 0,95 e peso de 3.242 toneladas. Todas as unidades têm tensão nominal de 18 kV.


As turbinas são do tipo francis, com potência nominal de 715 MW e vazão nominal de 690 m3 por segundo.


Subestação: blindada em gás de hexafluoreto de enxofre (SF6), que permite uma grande compactação do projeto. Para cada grupo gerador existe um banco de transformadores monofásicos, elevando a tensão de 18 kV para 500 kV.


⦁ Geração Termelétrica – turbina a vapor


Usina termelétrica ou central termelétrica é uma instalação industrial usada para geração de energia elétrica a partir da energia liberada por qualquer produto que possa gerar calor, como bagaço de diversos tipos de plantas, restos de madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e carvão natural. Assim como na energia hidrelétrica, em que um gerador, impulsionado pela água, gira, transformando a energia potencial em energia elétrica, nas termelétricas a fonte de calor aquece uma caldeira com água, gerando vapor d'água em alta pressão, e o vapor move as pás da turbina do gerador.


Turbinas a vapor são as máquinas térmicas que aproveitam a energia térmica de vapor superaquecido que que esteja a alta pressão, que pode ser produzido em caldeiras ou outros tipos de “panelas de pressão”, transformando essa energia térmica em realização de trabalho mecânico útil pela dilatação térmica e consequente força motriz. Como exemplo, uma turbina conectada mecanicamente a um gerador transforma a energia mecânica dessa expansão em energia elétrica.


Por conta da maior eficiência térmica, as turbinas a vapor substituíram quase que a totalidade dos motores a vapor, graças aos estudos de James Watt. Sob o ponto de vista termodinâmico, a máxima eficiência térmica ocorre se a expansão a vapor for um processo ideal (transformação reversível) quando gradativamente a pressão do vapor diminui, transformando-se em torque mecânico, ao passar por cada um dos estágios dessa turbina. Assim sendo, turbinas a vapor atuais possuem grande eficiência térmica por conta de um maior número de estágios de expansão em série.


As turbinas a vapor são produtos sofisticados produzidos por complexos processos de usinagem e caldeiraria pesada, com consequentes altos custos.


As turbinas a vapor são largamente usadas para geração elétrica. Na prática, com a utilização de “caixas de câmbio”, operam em regimes ideais com os geradores girando a velocidades constantes de 3000 RPM para 50 Hz ou 3600 RPM para 60 Hz, sendo a caixa de câmbio necessária para compensar a frequência segundo o sincronismo de acoplamento à rede.




⦁ Geração Termelétrica – turbina a gás de ciclo combinado


Turbinas a gás são um conjunto de três equipamentos: compressor, câmara de combustão e turbina. Esta configuração forma um ciclo termodinâmico a gás, concebido por George Brayton em 1870. Operando em ciclo aberto, o ar ingressa sob pressão atmosférica e os gases do escapamento, depois de passar pela turbina, são descarregados de volta na atmosfera sem que retornem à admissão. O nome turbina a gás não pode ser confundido com o combustível utilizado. O termo “gás” refere-se ao fluido de trabalho que é a mistura de gases da combustão, não referindo-se ao combustível. Esse pode até ser gasoso, por exemplo o gás natural, o GLP, mas também pode ser líquido como querosene, diesel ou óleos mais pesados.


O ciclo Brayton é constituído de quatro fases. Na primeira, o ar em condição ambiente entra no compressor, onde é comprimido adiabática e isentrópicamente, resultando no aumento de temperatura de entalpia. Em seguida é direcionado às câmaras, onde mistura-se ao combustível para a queima, sob pressão constante. Após essa fase, os gases sob alta pressão e temperatura, expandem-se à medida que passam pela turbina, exercendo trabalho sobre as pás, reduzindo a pressão e temperatura dos gases, gerando-se potência mecânica. Esse movimento de rotação aciona também o compressor. A última etapa corresponde à transferência de calor do fluido para o ambiente.


As perdas de energia por calor, ruído e outras formas pode ser quantificada partindo-se o cálculo do combustível e descontando a potência consumida pelo compressor e a potência líquida.



⦁ Geração elétrica – Geradores


Gerador é um dispositivo utilizado para a conversão da energia mecânica em energia elétrica. O Gerador Síncrono é a máquina elétrica rotativa mais importante e converte energia mecânica em elétrica ao operar como um gerador e, no sentido inverso, converte energia elétrica em mecânica quando acionada como motor.


O nome Síncrono refere-se à sua velocidade de rotação constante e em fase com a frequência alternada aplicada aos seus terminais, pelo fato de seu movimento ser igual ao de rotação entre o campo girante e do rotor.


Basicamente, um gerador síncrono é constituído por 2 partes, que são Rotor e estator.


O Rotor é a parte girante da máquina geralmente constituído por lâminas de material ferromagnético encamisado por enrolamento de condutores de cobre chamado de enrolamento de campo, que produz o campo magnético constante que interage com o campo do enrolamento do estator. A tensão aplicada a esse enrolamento deve ser contínua. Em máquinas síncronas de pequeno porte o rotor é constituído por imã permanente ao invés de eletroímã de ferromagnético associado a enrolamento.


A segunda parte relevante de um gerador síncrono é o estator, também conhecido como Armadura, que corresponde à parte fixa da máquina. A alimentação elétrica dos enrolamentos do estator se faz em tensão alternada trifásica.


Um gerador síncrono funciona somente quando uma fonte primária de energia mecânica aciona seu eixo em rotação. Ao operar como gerador, a energia mecânica fornecida à máquina por uma turbina hidráulica por exemplo e a consequente rotação de seu eixo. Estando este gerador conectado ao sistema elétrico, a tensão gerada em seus terminais obedecerá a frequência de rotação e proporcional ao seu número de polos.


⦁ Formas e tecnologias de transmissão de Energia Elétrica


Transmissão de energia elétrica consiste em levar energia de um lugar para outro, normalmente do local onde é gerado até o centro consumidor por meio de linhas de transmissão, mais comumente usando corrente alternada, porém também realizada em corrente contínua em casos especiais.


A transmissão de energia é classificada basicamente em duas categorias que são as interligações para grandes potências e a distribuição dentro de centros urbanos.


As linhas de transmissão são classificadas pela sua tensão nominal, que podem chegar até 750 kV em corrente alternada e 1 a 1,2MV em corrente contínua. As redes de distribuição são dividias nas classes de 15kV, 24kV e 36kV no Brasil. Para a conversão entre diferentes níveis de tensão, são utilizados transformadores. Os transformadores utilizados para grandes aumentos ou diminuições da tensão normalmente são instalados nas subestações.


Em sistemas de grande porte como o Sistema integrado Nacional são utilizadas técnicas de confiabilidade sistêmica que incluem linhas e subestações com diversas vias redundantes, constituindo uma complexa rede.


As partes mais importantes que compõem uma linha de transmissão são as torres, isoladores e subestações. Nas linhas aéreas, suspendemos os condutores a uma distância tal do solo que evite as pessoas, vegetação ou veículos.



Isoladores - Os cabos são suspensos pelas torres das linhas ancorados por isoladores que garantem o isolamento elétrico e sustentam o peso dos mesmos. Em geral são construídos de vidro ou de polímeros como silicone.



As linhas de transmissão conectam-se às subestações. Uma subestação é um complexo sistema capaz de operar altas potências, constituída de uma série de equipamentos de transformação, medição, correção de fator de potência, proteção e controle tanto da própria subestação como de linhas de transmissão a ela conectadas. Exerce a função de controle e transferência entre vários sistemas de transmissão, dirigindo e despachando energia, transformando níveis de tensão e operando como ponto de entrega para instalações industriais. No trajeto entre unidades geradoras e centros consumidores, a energia elétrica passa por muitas subestações, onde transformadores aumentam ou rebaixam a tensão. Ao elevar a tensão, geralmente inicia-se a transmissão sendo a razão da tensão ser mais elevada a possibilidade de se reduzir as correntes, o que por efeito Joule, reduz as perdas técnicas no processo de transmissão. Ao rebaixar a tensão próximo aos centros de carga, permite-se a distribuição da energia. Ainda que a tensão de distribuição seja muito menor que a de transmissão, não é possível utiliza-la para residências, sendo então necessário o uso de transformadores de distribuição, normalmente já na rua dos consumidores, instalados em postes, para transformar pela última vez a tensão em níveis de uso final para as residências, estabelecimentos comerciais e outros locais de consumo.


Cabe ressaltar que o fornecimento de energia elétrica no Brasil é realizado por um gigante e altamente complexo sistema de subestações e linhas de transmissão, interligados às usinas de geração espalhadas pelo país. Assim, não é possível saber de onde vem a energia consumida em nossas casas pois a energia flui e mistura-se, sendo de origem hidrelétrica, termelétrica ou nuclear, constituindo então o nosso Sistema Interligado Nacional (SIN).



⦁ Sistemas de transformação


Um transformador é uma máquina capaz de transformar potência elétrica induzindo tensões e correntes ou de modificar as grandezas das impedâncias em um circuito elétrico. Geralmente é usado para elevar a tensão de modo a reduzir as correntes em circuito de transmissão e assim reduzir perdas por efeito Joule, ou seja, calor, ou baixar a tensão para fornecer energia a circuitos de uso final, como motores, eletrodomésticos e outros usos finais.


Desenvolvido por Michael Faraday em 1831, transformadores são as máquinas que funcionam pela indução de corrente em conformidade com as leis do eletromagnetismo, ou seja, baseado nos conceitos eletromagnéticos da Lei de Faraday-Neumann-Lenz e da Lei de Lenz, que consistem no postulado da possibilidade de se induzir corrente elétrica num circuito se for submetido a um campo magnético variável.


Cabe ressaltar que, por depender da variação do fluxo magnético, os transformadores só funcionam em corrente alternada.


Um transformador é constituído por:


⦁ Enrolamento - Constituído por bobinas construídas com fios de cobre eletrolítico revestidos de verniz isolante.


⦁ Núcleo – Construído com materiais ferromagnéticos, em geral aço-silício e constitui o “circuito magnético que é induzido no enrolamento primário e induz no enrolamento secundário.


Enrolamento e núcleo consistem na parte ativa do transformador


Para transformadores de dois enrolamentos, os enrolamentos são diferenciados entre enrolamento primário e enrolamento secundário. Para transformadores de três enrolamentos, o terceiro enrolamento e denominado enrolamento terciário. Os autotransformadores são as máquinas que possuem apenas um enrolamento, ou seja, o enrolamento primário é conectado ao enrolamento secundário sem que exista isolação entre eles.


Um transformador trifásico é constituído por três transformadores monofásicos dentro de um mesmo sistema e podem ser interconectados de várias formas. Conectando-se os enrolamentos primários em triângulo e os enrolamentos secundários em estrela, teremos um transformador “delta-estrela com neutro acessível, mais conhecido como DY1.


Para um exemplo de distribuição de energia elétrica a 380 volts entre fases, temos 380V entre as fases RS, ST e RT) e 220 volts entre qualquer uma das fases e o neutro.


Grupo GIMI


Um transformador ideal é apresentado na figura acima.


A corrente que passa através da bobina primária induz um campo magnético. Os enrolamentos primário e secundário são enrolados a um núcleo ferromagnético fazendo com que o fluxo magnético passe através destas bobinas.


Os transformadores são classificados sob vários critérios. Classificamos os transformadores diferenciando-os pela finalidade, pelo tipo, pelo material constituinte do núcleo e pelo número de fases, entre outras diferenciações.


Caracterização pela finalidade:


⦁ Transformadores de corrente


⦁ Transformadores de potência


⦁ Transformadores de distribuição


⦁ Transformadores de força


Classificação pelo tipo


⦁ Dois ou mais enrolamentos


⦁ Autotransformador


⦁ Quanto ao material do núcleo


⦁ Ferromagnético


⦁ Núcleo de ar


Classificação pelo número de fases


⦁ Monofásico


⦁ Trifásico


⦁ Polifásico


Para se minimizar as perdas nos núcleos dos transformadores pelas correntes de Foucault, os núcleos são constituídos de lâminas de aço-silício que aumentam a resistividade e diminuem essas correntes parasitas. Esses transformadores são chamados transformadores de núcleo ferromagnético. Existem também transformadores de núcleo de ar.


Transformadores de força


Os transformadores são as máquinas mais importantes de todo o sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica em corrente alternada. Com eles, manipulamos a tensão e as impedâncias com vários objetivos, e que variam ao longo do sistema.


Utiliza-se transformador de força para reduzir ou elevar a magnitude da tensão e proporcionalmente aumentar ou diminuir as correntes de circuitos, sem com isso alterar-se a potência do mesmo. De forma genérica, pode-se dividir os transformadores em dois grandes grupos:


⦁ Transformador de força - Utilizados nas instalações de geração, transmissão e distribuição de energia normalmente de potência entre 5MVA até 300 MVA.



⦁ Transformador de distribuição - São utilizados para reduzir a tensão para níveis de distribuição e são geralmente instalados em postes. Construídos com potências entre 15kVA e 300kVA para classes de tensão primária de 15kV, 24kV e 36,2kV.


⦁ Formas e tecnologias de distribuição - Generalidades


Distribuição de energia elétrica corresponde à última fase do fornecimento de energia elétrica. Compreende uma parte do sistema de subtransmissão, por onde se realiza a entrega da energia elétrica aos consumidores.


Geralmente, um circuito de distribuição inicia-se em um disjuntor de despacho de carga em uma subestação ou em um posto de transformação.


Na realidade, ramais de circuitos são visíveis sobre os postes nas ruas levando eletricidade aos consumidores.


As subestações de distribuição conectam-se ao sistema de transmissão e abaixam a tensão entre 1kV e 36kV com transformadores. Linhas de distribuição em alta tensão levam energia aos transformadores de distribuição instalados em postes ou câmaras transformadoras subterrâneas, que despacham a energia em baixa tensão aos clientes.


Consumidores comerciais e residenciais são conectados ao sistema por entradas de serviço. Consumidores de grande porte como shopping centers, hospitais e industrias podem se conectar diretamente nas redes primárias e construírem suas próprias subestações de transformação.


A distribuição de energia a partir de uma subestação é sempre organizada, protegida e manobrada por dispositivos que tem as seguintes funções:


⦁ Os disjuntores e religadores realizam manobra de circuitos das redes de transmissão ou que as linhas de distribuição sejam desconectadas.


⦁ Seccionadores que permitem isolar um circuito de outro, com segurança.


⦁ Os transformadores reduzem a tensão de transmissão para tensões de distribuição primária. Estes circuitos de média tensão operam em tensões entre 1kV e 36kV.


A partir do transformador, a energia trafega pelo barramento que pode dividir a energia para distribuição em várias direções. O barramento distribui a energia às linhas de distribuição até os clientes.



As redes de distribuição podem ser radiais ou reticuladas. Um sistema radial organiza-se linearmente e todos os clientes comungam a mesma fonte de suprimento. Um sistema reticulado pode ter diversas fontes operando em paralelo e despachando energia simultaneamente.


⦁ Distribuição secundária


A distribuição urbana é, em muitos países civilizados, principalmente subterrânea, mas no Brasil, essa realidade não se aplica. A distribuição rural e urbana na maior parte do Brasil é aérea.


Nas proximidades do cliente o transformador de distribuição rebaixa a tensão para um circuito secundário de baixa tensão, geralmente 110, 115, 120, 127, 220 ou 230V, dependendo da região. A energia vem ao cliente através de um circuito ramal e um medidor de energia.




⦁ Distribuição primária


As tensões primárias variam de 1kV a 36kV. Apenas os grandes consumidores são alimentados diretamente a partir de tensões de distribuição, visto que podem contar com maior capital para investimento nos equipamentos, que são de sua propriedade e reponsabilidade, mas compensatório o investimento, pois a energia é mais barata quando adquirida em tensão primária de distribuição.


A tensão varia de acordo padrão técnico estabelecido na região mas sobretudo a época em que foi construída. Redes mais modernas tendem a ter tensões padronizadas próximas a 13800V, 23100V e 34500V. Conforme as normas internacionais, existem inicialmente dois grupos de tensão: baixa tensão (BT): até e incluindo 1kVCA e alta tensão (AT): acima de 1 kVCA.



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